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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Resenha Segredos de Uma Noite de Verão



Segredos de Uma Noite de Verão
As Quatro Estações do Amor # 1
Lisa Kleypas
Arqueiro, 2015
Sinopse- Apesar de sua beleza e de seus modos encantadores, Annabelle Peyton nunca foi tirada para dançar nos eventos da sociedade londrina. Como qualquer moça de sua idade, ela mantém as esperanças de encontrar alguém, mas, sem um dote para oferecer e vendo a família em situação difícil, amor é um luxo ao qual não pode se dar.
Certa noite, em um dos bailes da temporada, conhece outras três moças também cansadas de ver o tempo passar sem ninguém para dividir sua vida. Juntas, as quatro dão início a um plano: usar todo o seu charme e sua astúcia feminina para encontrar um marido para cada, começando por Annabelle.
No entanto, o admirador mais intrigante e persistente de Annabelle, o rico e poderoso Simon Hunt, não parece ter interesse em levá-la ao altar – apenas a prazeres irresistíveis em seu quarto. A jovem está decidida a rejeitar essa proposta, só que é cada vez mais difícil resistir à sedução do rapaz.
As amigas se esforçam para encontrar um pretendente mais apropriado para ela. Mas a tarefa se complica depois que, numa noite de verão, Annabelle se entrega aos beijos tentadores de Simon... e descobre que o amor é um jogo perigoso.
No primeiro livro da série As Quatro Estações do Amor, Annabelle sai em busca de um marido, mas encontra amizades verdadeiras e desejos intensos que ela jamais poderia imaginar.



Sociedade londrina era uma coisa estranha. Aos 23 anos você, moça, já era considerada solteirona e sem maiores perspectivas de um casamento vantajoso. Annabelle já estava com quase 25 anos, o que para época já a transformaria numa beata e sem um dote suas possibilidades diminuiriam ainda mais a cada temporada. Ela já esta acostumada aos chás de cadeira nos bailes, só não imaginava que encontraria outras iguais a si.
As irmãs Bowman’s possuem uma vasta fortuna, mas por serem americanas, imigrantes e sem títulos ou refinamentos não são bem vindas aos círculos sociais  muito menos uma boa opção de dama para qualquer casamento respeitável.
A jovem Evie, ao contrário, tem dinheiro, é uma autentica dama, mas sua timidez e baixa estima a fazem ser alvo de chacotas e escárnio social. Separadamente nenhuma dessas quatro mulheres teria alguma, mesmo que mínima, chance de casar-se, mas unidas e com  muitos planos, elas serão impossíveis! Deu vontade de gritar “Cuidem-se nobres, o quarteto fantástico ta chegando!”.

“Existe uma razão para a Srta. Peyton e suas amigas devoradoras estarem solteiras, Hunt. Elas são problemáticas. Se os eventos de hoje não deixaram isso muito claro, então não há esperança para você.” p. 130
Com Annabelle é a mais velha e com a situação mais desesperadora, todas se unem para casá-la de qualquer forma até o final da temporada!
Qualquer pretendente seria válido, quer dizer menos Simon Hunt...
Mais uma coisa engraçada do século XIX, de que adianta fortuna sem titulo? Simon é a prova disso, uma vez que ele fez fortuna com sue trabalho e se infiltrou no mundo dos nobres, se tornou mais um indesejado, mas necessário para a sociedade e economia esnobes, perceberam que eu já to defendendo ele, né? #Simonmaravilha #arrasaSimon, #beijinhonoombro.
Mordaz e sincero ao extremo, características nada admiráveis para um homem de prestigio na época, Hunt é o último homem com quem Annabelle ousaria casar-se, mas ele a quer a muito tempo e não vai ceder até tê-la.

“Que Deus o ajudasse se Annabelle viesse a descobrir o poder que tinha sobre ele. um poder que representava uma ameaça perigosa tanto para o seu orgulho quanto para seu autocontrole. Ele queria possuir cada parte do corpo e da alma dela, de todas as formas intimas concebíveis. A profundidade da paixão que ela vinha despertando nele o surpreendeu.” p. 127
Que comece a caçada, ou melhor, o romance!
O livro como já é característico na forma de escrever de Lisa é leve e divertido, com um humor peculiar, encontrado página a página seja em uma fala de um personagem ou em uma situação nada convencional, sendo assim a leitura é muito agradável.
Sobre os personagens, tenho que confessar que foi difícil gostar de Annabelle logo de cara. Seu jeito soberbo de ser, sua falta de tato com Simon por considerá-lo abaixo dela, sua ambição maior que o desejo por uma paixão foram me irritando. Entendo que a situação dela era desesperadora, não só por ser uma mulher nesta época, mas também por ter de suportar situações com dignidade impar, mas a sua altivez que beirou a metidez foram me incomodando.
Em muitos momentos eu a vi como uma ambiciosa que queria ter, ter jóias, ter lugares para onde ir, ter criados, ter fortuna, ter posses, ter um marido. Eu gostei muito mais do Simon, ele me deu a impressão de ser mais do que qualquer nobre, porque ele tinha seu suor no trabalho, sua dedicação, seu apreço pelo dinheiro, mas sem deixar que isso fosse demais, além do que é inegável que se apaixonar por ele seria muito fácil, mesmo que Annabelle relutasse, já que eu me apaixonei de cara!
Esse foi um livro mais realista no quesito sociedade e seus costumes, preconceitos e afins, mesmo com a dosagem certa de humor fica clara as nuances de questões sociais, de classes e poderes que são perfeitamente cabíveis em analogias com os tempos atuais e que com certeza estava nas intenções da autora, uma vez que tire os vestidos bufantes e coloque Chanell ou Dolce&Gabbana e terá o mesmo feito, de certa forma, a sociedade e o papel da mulher naquele tempo foi desconstruída e construída novamente.
É claro que recomendo a leitura, mesmo que em alguns momentos de raiva de Annabelle a história é bonita, é engraçada e já deixa gostinho de quero mais, já to vendo que as demais encalhadas também terão ótimas histórias para contar, pelo visto a próxima será Lilian, a mais velha das Bowans e eu prevejo muuuuuuuuuuuuuuuuitas confusões e consequentemente risadas, mais uma série que tem tudo pra dar certo e conquistar, aliás já conquistou!


sábado, 29 de agosto de 2015

Resenha A Voz do Arqueiro




A Voz do Arqueiro
Archer's Voice (A Sign of Love #4)
Signos do Amor # 4
Mia Sheridan
Arqueiro, 2015
Sinopse: Cada livro da coleção Signos do Amor é inspirado nas características de um signo do Zodíaco. Baseado na mitologia de Sagitário, A voz do arqueiro é uma história sobre o poder transformador do amor.
Bree Prescott quer deixar para trás seu passado de sofrimentos e precisa de um lugar para recomeçar. Quando chega à pequena Pelion, no estado do Maine, ela se encanta pela cidade e decide ficar.
Logo seu caminho se cruza com o de Archer Hale, um rapaz mudo, de olhos profundos e músculos bem definidos, que se esconde atrás de uma aparência selvagem e parece invisível para todos do lugar. Intrigada pelo jovem, Bree se empenha em romper seu mundo de silêncio para descobrir quem ele é e que mistérios esconde.
Alternando o ponto de vista dos dois personagens, Mia Sheridan fala de um amor que incendeia e transforma vidas. De um lado, a história de uma
mulher presa à lembrança de uma noite terrível. Do outro, a trajetória de
um homem que convive silenciosamente com uma ferida profunda.
Archer pode ser a chave para a libertação de Bree e ela, a mulher que o ajudará a encontrar a própria voz. Juntos, os dois lutam para esquecer as marcas da violência e compreender muito mais do que as palavras poderiam expressar.


“Havia aprendido recentemente que, com frequência, o amor era uma questão de aprender a falar a língua da outra pessoa.” p. 311

Archer Hale é a personificação do sofrimento, ainda pequeno sofreu um acidente que não só o deixou com marcas físicas, mas principalmente lhe tirou a confiança de ainda ser uma pessoa como qualquer outra. Criado por um tio recluso a maior parte da vida, ele se viu longe de qualquer civilização, criado de forma sempre desconfiar e nunca se aproximar, Archer se afastou das pessoas e as pessoas dele, com medo de que fosse mais um lunático. Era como se ele fosse um homem invisível, aquele indesejado que ninguém quer conhecer de verdade.
Bree está em Pelion para fugir: fugir da dor da perda, da dor do medo, da dor da realidade. Tendo sofrido um trauma forte, ela meio que se fechou para o mundo, engolida por lembranças dolorosas que sempre pareciam sugá-la.
Archer e Bree tem muito em comum, mas ao mesmo tempo muito os afastam, mas seus caminhos se cruzaram e é inegável o quanto eles se atraem... entretanto, precisam saber o que fazer com os sentimentos que os cercam.

“Pensei em como eu e Bree éramos diferentes... e ainda assim tão parecidos. Ela carregava a culpa de não ter lutado quando pensava que deveria e eu carregava a cicatriz do que acontecera quando eu lutara. Tínhamos reagido de formas diferentes em um momento de terror e ambos ainda sofríamos com isso. talvez não houvesse certo ou errado, branco ou preto, apenas muitos matizes de cinza no que se referia à dor e às responsabilidades que cada um de nós atribuía a si mesmo.” p. 102

A voz do Arqueiro foi um livro que não dei muito crédito, confesso. O solicitei no impulso e torcendo para ser uma boa história e logo nas primeiras páginas me vi presa à trama, já que quem me conhece sabe que um bom drama, daqueles de fazer chorar sempre entra na minha lista de favoritos, por vários motivos a trama me surpreendeu, viu listar alguns:
1º O enredo em si, não posso contar pra não dar spoliers, mas a construção do enredo foi muito boa;
2º A dosagem do drama, fazia muito tempo que eu não lia um drama, pois eu caracterizo a história como sendo um drama com um romance e não o contrário, mas é muito bom ler uma história tão triste que encontra redenção no amor, pode soar masoquista, mas aquece o coração imaginar amores tão sólidos, capazes de tudo;
3° Archer Hale, eu estou e creio que todos nós estamos acostumados a ver na literatura, principalmente nos livros de romance-drama, que as mocinhas são mais frágeis, são mais singelas, elas são mais vulneráveis ao amor. Neste livro, temos a contrapartida, não que Bree não tenha seu fardo de dor, mas creio que a autora quis intencionalmente explorar mais Archer em toda sua singularidade e ingenuidade, criando com o leitor uma relação de empatia e fascínio, em muitos momentos eu quis embalá-lo nos braços fazendo cafuné, já que toda essa pregação de pureza não ficou forçada ou artificial, mas muito cabível pelo enredo constituído que deu base ao passado.

“Há tantos modos de interpretar você, Archer Hale. E eu amo cada um deles.” p. 234

“Meu Deus, o que era aquele homem? Ele ia me matar com uma overdose de doçura.” p.131

Só teve uma coisa que me incomodou na história: Travis Hale, o primo de Archer, o cara é simplesmente um babaca, age como uma criança, suas atitudes são duvidosas e eu senti muito nele a inveja por conta do primo, me deu a sensação de que ele só consegue sentir-se bem quando esta por cima, custe o que custar. Sério antipatia total, não sei se ele tem redenção!
O livro tem um pouco de tudo: os fardos das perdas e dores de ambos, os jogos de poder clássicos em uma família tradicional que comanda uma cidade pequena e o desejo de posse de alguém vingativo, os segredos e mentiras contados por todos fazem com que uma teia vá se formando. É um livro regado de emoções, é inevitável, para mim o signo e sua história combinaram perfeitamente para traduzir Archer, já digo que estou ansiosa pelos próximos volumes, espero ficar tão apaixonada pelos demais livros.



quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Resenha Paixão ao Entardecer





Paixão ao Entardecer
          Os Hathaways # 05
Lisa Kleypas
Arqueiro, 2015
Sinopse- Mesmo sendo uma família nada tradicional, quase todos os irmãos Hathaways se casaram, até mesmo Leo, que era o mais avesso a essa ideia. Mas para a caçula Beatrix, parece não haver mais esperança.
Dona de um espírito livre, apaixonada por animais e pela natureza, Beatrix se sente muito mais à vontade ao ar livre do que em salões de baile. E, embora já tenha frequentado as temporadas londrinas e até feito algum sucesso entre os rapazes, nunca foi seriamente cortejada, tampouco se encantou por nenhum deles.
Mas tudo isso pode mudar quando ela se oferece para ajudar uma amiga.
A superficial Prudence recebe uma carta de seu pretendente, o capitão Christopher Phelan, que está na frente de batalha. Mas parece que a guerra teve um forte efeito sobre ele, e seu espírito, antes muito vivaz, se tornou bastante denso e sombrio.
Prudence não tem a menor intenção de responder, mas Beatrix acha que ele merece uma palavra de apoio – mesmo depois de tê-la chamado de estranha e dito que a jovem é mais adequada aos estábulos do que aos salões. Então começa a escrever para ele e assina com o nome da amiga. Beatrix só não imaginava o poder que as palavras trocadas teriam sobre eles.
De volta como um aclamado herói de guerra, Phelan está determinado a se casar com a mulher que ama. Mas antes disso vai ter que descobrir quem ela é.



“A maior parte da nobreza vê os Hathaways como um insulto. E embora muitos cavalheiros tenham ficado encantados com Beatrix, não queriam se casar com uma garota pouco convencional.” p. 218

Crescer sendo uma Hathaway não é fácil, já te rotulam de excêntrica e a paixão de Beatrix por animais diferentes como ouriços e gatos de três patas a colocam ainda mais nos holofotes da curiosidade de uma sociedade preconceituosa.

“Eu jamais iria querer ser uma pessoa convencional – declarou Beatrix. –Elas costumam ser tediosas e superficiais.” p. 59

Christopher Phelan gosta do convencional, como aclamado heroi de guerra encontrou nas doces palavras enviadas à ele por cartas de sua pretendente Prudence refugio e esperanças para um novo futuro quando todo aquele terror acabasse... só que nem de longe a entojada Prudence seria capaz de escrever uma linha de motivação! Beatrix assumiu este posto!
Mas e quando Christopher regressa da Criméia disposto a se casar com quem conquistou seu coração por palavras o carnaval esta armado! 
Realmente eu torci para que Christopher torcesse o pescoço de Prudence! Ou que pelo menos Beatrix tivesse lhe dado uma bofetada! A megera simplesmente desiste de Christopher e quando ele volta todo famoso pelos feitos em guerra ela decide que ele enfim é um bom partido! Dá pra crer? De verdade, mais ambiciosa impossível!
Nesse cerco, Beatrix vê seu coração destruído, já que o homem que ela amou pelas palavras não parece sentir o mínimo de afeição por ela, já que nas palavras dele o lugar dela seriam os estábulos!
Só que o amor escrito nas linhas do destino seria mais forte que qualquer convenção!
É lindo acompanhar a troca de cartas! Beatrix, ao assumir o posto de Pru, colocou em palavras sua fé, seu amor e ao mesmo tempo levou alegria a um Christopher acostumado com a morte e com a guerra que deixou marcas bem mais profundas que as cicatrizes em sua pele.

“ – Não posso voltar a ser quem eu era antes da guerra – disse por fim.- E não posso ser quem eu era durante a guerra. E se não sou nenhum desses homens, não sei o que me restou para ser. ...” – Página 154

De certa forma, nenhum londrino apostaria suas fichas em um casal tão diferente, mas quem liga quando o amor está em primeiro plano? mesmo que eles briguem como cão e gato, às vezes!
Eu não estava pronta para ler este livro, não estava pronta pra dar tchau aos Hathaways, mas ao mesmo tempo eu queria muito conhecer a história de Bea, não só porque eu a “vi” crescer nos romances anteriores, mas porque me identifiquei muito com ela em seu amor pelos animais e no final ela foi a personagem com que mais me identifiquei.
Eu vi na Bea um idealismo, ela viu seus irmãos se casarem por amor, com pessoas que as completavam e nada mais justo que querer isso também, afinal é o que todos procuramos!

“Ela sonhava com alguém cuja determinação se comparasse à dela. Queria ser amada com paixão... ser desafiada... surpreendida.” p.11

Como já é marca da autora, os risos não faltam, mas ao mesmo tempo o trabalho com o romantismo, com o jogo da conquista e com a sensualidade marcante deixa uma impressão de romance bom, de que não dá pra desgrudar! De fazer rir e encantar! Os Hathaways vão deixar saudade, vou sentir saudades dessa louca família! Acho que Lisa conseguiu fechar com chave de ouro a história que se propôs a escrever, não só a de Bea, mas dos Hathaways anteriores, cada personagem e sua história foram marcantes e apaixonantes!